Coordenador: Marcos André Torres de Souza / Angela Buarque
O projeto tem como objetivo central o estudo arqueológico dos diferentes grupos que viveram na Ilha do Governador (cidade do Rio de Janeiro), de modo a que sejam desenvolvidas análises acerca das suas visões de mundo, experiências, práticas e relações. O projeto, que tem um escopo amplo, pretende a criação de narrativas no tempo longo envolvendo os indígenas e demais sujeitos, cobrindo desde os momentos iniciais da ocupação humana na região até os períodos mais recentes. O projeto Conta com recursos do CNPq e FAPERJ.
Coordenador: Tania Andrade Lima
O projeto investiga as transformações das mentalidades operadas no império escravista a caminho de uma república progressivamente capitalista, comprometida com uma nova ordem econômica, política e social. Tem como eixo principal a análise da cultura material impingida às nações periféricas pelos países industrializados, totalmente despreparadas para recebê-la porquanto desvinculada das forças que a produziam; a domesticação das mentalidades coloniais para adesão ao seu consumo, assim como sua apropriação e ressemantização pelos segmentos subalternos, os africanos escravizados. Operando em áreas rurais mas como foco dominante nas áreas urbanas, investiga unidades domésticas e produtivas dos segmentos livres, assim como espaços públicos frequentados por escravizados.
Coordenador: Tania Andrade Lima
O Cais do Valongo - escavado entre os anos de 2011 e 2012 no âmbito da arqueologia preventiva realizada na Zona Portuária para as Olimpíadas de 2016 - foi reconhecido pela Unesco como o mais importante lugar de memória da diáspora africana fora da África, tendo sido inscrito na Lista do Patrimônio Mundial em 2018. O projeto está voltado para o estudo da cultura material recuperada nas escavações, que compreende centenas de milhares de itens que pertenceram tanto aos segmentos livres da sociedade à época, quanto aos escravizados. Sob a guarda da Prefeitura, esse acervo vem sendo paulatinamente estudado e seus resultados parcialmente publicados.
Coordenadora: Angela Buarque
O projeto visa a releitura do material arqueológico de oito sítios Tupi de Araruama-RJ. Cerâmica, de uso cotidiano e ritual, é a cultura material predominante. São fragmentos, vasilhas semi-inteiras e inteiras, com diversidade de formas e decoração. Faixa cronológica ampla (entre 2600 ± 160 anos BP e 311 ± 50BP), as características morfológicas e tecno-decorativas demonstram a manutenção de práticas na longa duração. Objetivo é refinar a análise, incluído o período do contato no século XVI. Aprimorar a classificação morfológica, presença de micro vestígios nos vasilhames, em uso primário e/ou reutilização.
Coordenadores: Marcos André Torres de Souza/ Luan Sancho Ouverney
O projeto tem por objetivo o estudo arqueológico de vidros provenientes de sítios históricos da cidade do Rio de Janeiro e seu entorno e datados entre os séculos XVI e XX. Estão sendo contempladas amostras provenientes de diferentes períodos e contextos, tanto urbanos quanto rurais. Estão sendo também contemplados todos os tipos de artefatos associados a essa categoria. Sua proposta é dual: pretende, por um lado, promover o aperfeiçoamento e desenvolvimento de técnicas e métodos de análise sensíveis ao contexto brasileiro e, por outro, acolher estudos que contemplem práticas culturais e sociais pretéritas, e seus significados.
Coordenador: Marcos André Torres de Souza
O projeto, enquadrado no amplo conjunto de ações voltadas à reconstrução do Museu Nacional, objetiva realizar o acompanhamento arqueológico das obras, de modo a mitigar os impactos por ela causados. A partir disso, busca contribuir para uma melhor compreensão das rotinas diárias do Palácio de São Cristóvão ao longo da sua ocupação e, principalmente, revelar a diversidade de sujeitos e práticas que gravitaram em torno do seu cotidiano e que incluíram não apenas a Família Real, mas também uma vasta gama de trabalhadores livres e escravizados.
Pesquisadora: Lucia Zanatta Brito
Essa pesquisa analisa a paisagem social vinculada ao Recolhimento de Santa Teresa de Itaipu, em Niterói, sob a ótica da arqueologia da paisagem e arqueologia de gênero. Questões relacionadas ao confinamento feminino e ao controle e dominação masculina abrirão possibilidades para debates sobre os possíveis significados daquele espaço para as mulheres dos séculos XVIII e XIX. Além disso, pretende-se problematizar os ambientes de cárcere feminino que ajudaram a manter a ordem patriarcal no contexto colonial e imperial. Essa pesquisa conta com o apoio da bolsa de estudos concedida pela CAPES.
Pesquisador: Luan Sancho Ouverney
Objetiva o estudo da Fazenda São Sebastião, localizada na Ilha do Governador (RJ), com ocupação que remete ao século XIX. Por estar relacionada aos fluxos de mercadorias na baía de Guanabara, entende-se que contenha artefatos que fizeram parte do cotidiano das pessoas no passado. Destacando o potencial de análise desses artefatos, sobretudo a respeito da identificação de origem, função e conteúdo, eles se configuram como um caminho possível para discutir escalas de distribuição, comercialização e consumo de itens. Por isso, o objetivo é contextualizá-los como commodities e discutir dinâmicas de dispersão e apropriação no contexto atlântico. Essa pesquisa conta com apoio de bolsa de estudos concedida pela CAPES.
Pesquisador: Pedro de Carvalho Brandão Soares
Além de visar a realização de uma geolocalização dos sítios históricos coloniais situados no entorno da Baía de Guanabara, busca também compreender as percepções da paisagem por parte dos cosmógrafos renascentistas durante a época da colonização. Seu recorte temporal se estabelece desde os finais do XV até o final do XVII. Toma por objeto as com as representações do Brasil e América do Sul, dos que a povoaram, e das crenças europeias sobre o Novo Mundo. Por base, os mapas do recorte em questão serão entendidos enquanto documentos, à luz dos estudos da cartografia histórica e da arqueologia da paisagem.
Pesquisador: Flávio André Gonçalves da Silva
Teresina é a primeira capital projetada no Brasil no período oitocentista. Para grande parte dos teresinenses é considerada uma capital de vanguarda. Talvez por essa razão sua história é negligenciada por grande parte dos teresinenses e pelos governantes. Esta pesquisa de tese busca registrar através da arqueologia da paisagem o marco zero da cidade de Teresina bem como a sua mudança ao logo do tempo e registrar a passagem do tempo através da memória de pessoas em diferentes faixas etárias por meio de entrevistas realizadas com aqueles que transitam pela praça.
Pesquisadora: Anna Flora Noronha Moni
Objetiva o estudo de vidros reciclados produzidos pelos africanos escravizados e seus descendentes. As análises são realizadas com base em um guia específico que combina parâmetros analíticos líticos e vítreos, além de outros critérios específicos para os elementos em questão. Os artefatos são interpretados sob a lente da resistência, zonas morais e estratégias de gerenciamento de risco levadas a efeito por esses grupos. A partir dessas perspectivas, investiga algumas das práticas culturais e sociais dos africanos escravizados e afro-brasileiros nos espaços urbanos e rurais do Rio de Janeiro durante o século XVIII e XIX. Essa pesquisa conta com apoio de bolsa de estudos concedida pela CAPES.